Em 2023, no Piauí, uma proporção de 74,1% de pessoas mortas por intervenção do Estado, eram negras. Os dados, divulgados nesta semana, são do boletim “Pele Alvo: Mortes Que Revelam Um Padrão”, obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) em nove estados e apresentados pela Rede de Observatórios da Segurança.
O estudo pontua que, apesar da taxa de letalidade apresentada referente a 2023, o Piauí teve uma redução de 30,8%, em comparação ao ano de 2022.
Segundo os números, em todo o Brasil, 4.025 pessoas foram mortas por policiais em 2023. Em 3.169 desses casos foram disponibilizados os dados de raça e cor: 2.782 das vítimas eram pessoas negras, o que representa 87,8%.
Para a cientista social e coordenadora da Rede, Silvia Ramos, os números e reforçam um problema estrutural do país: o racismo que atravessa diferentes áreas como educação, saúde, mercado de trabalho, mas que tem sua face mais crítica na segurança pública.
“O perfil do suspeito policial é fortalecido nas corporações. O policial aprende que deve tratar diferente um jovem branco vestido de terno na cidade e um jovem negro de bermuda e chinelo em uma favela. A questão é: 99,9% dos jovens negros das favelas e periferias estão de bermuda e chinelo. E todos passam a ser vistos como perigosos e como possíveis alvos que a polícia, se precisar, pode matar”, diz a pesquisadora.
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